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Caviste.Online apresenta safra nova do Éléphant Rouge


Postada em 18/11/2021 às 07:29
Por Glaucia Balbachan


O tinto brasileiro que teve sua primeira safra em 2008, já não passa mais despercebido pelo olhar do consumidor, que busca vinhos sem intervenções. Marcante no paladar, o Éléphant Rouge nasceu para ter vida longa em garrafa. Seu criador, o expert franco-brasileiro Jean Claude Cara conversou com a gente e contou como tudo começou.

Empratado: Como surgiu a ideia de fazer o Éléphant Rouge?

Jean Claude Cara: O vinho nasceu da necessidade de quando tinha um restaurante em São Paulo, que se chamava Éléphant Rouge. Eu queria ter um vinho de mesa e desci até o Sul do Brasil (Bento Gonçalves) para visitar amigos e escolher um bom terroir para o vinho.

Empratado: Qual é o objetivo do Éléphant Rouge?

Jean Claude Cara: O vinho foi feito sem nenhuma pretensão. Depois que o restaurante foi fechado ainda sobraram algumas garrafas, que acabou caindo na graça do crítico Didu Russo, que havia escrito e indicado o meu vinho na revista Gowhere Gastronomia. Com isso, houve procura e eu da França, entrei em contato com a Vinícola Larentis no Sul, que foi a primeira parceira dessa história. Não fiz o vinho em todos os anos para não perder a qualidade que queria, então, engarrafamos as safras 2008, 2011, 2014 e 2018.

Empratado: Que uvas são usadas para fazer o seu Éléphant Rouge?

Jean Claude Cara: A primeira safra foi 2008 com a parceria da Vinícola Larentis. As uvas usadas eram: Merlot, Cabernet Sauvignon e Pinotage. Depois na safra de 2011 – Merlot, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouchet. Já na nova parceria com a Vinícola Villaggio Grando em Santa Catarina, foram feitas duas safras 2014 e 2018. Atualmente trata-se de um blend de Merlot, Cabernet Sauvignon e mais 7 uvas que nunca divulgo.

Empratado: Qual é a forma de vinificação que usa?

Jean Claude Cara: A forma de vinificação é por método ancestral. Com maceração longa, sem interferência química, passando por 24 meses de barrica e sem ser filtrado.

Empratado: Porque escolheu Santa Catarina para fazer o seu vinho? Como você supervisiona?

Jean Claude Cara: Escolhi Santa Catarina por conta da altitude do local trazendo uvas com mais acidez e maturação perfeita. A minha intervenção é presencial e à distância, principalmente na fase final do processo do vinho, seguindo minhas exigências.

Empratado: Há projetos para um Éléphant Blanc?

Jean Claude Cara: O Brasil não tem a acidez para vinhos brancos dentro do meu perfil de vinho, mas por que não? Temos sempre que estar abertos.

Empratado: Conte um pouco da sua história com o vinho.

Jean Claude Cara: Minha história com o vinho é de família. Meu pai um apaixonado por vinho foi quem tive o meu primeiro contato. Engarrafávamos vinho em casa, numa garagem em SP e guardávamos em baixo de uma escada suas 300 garrafas que eram consumidas como alimento.

Depois de crescido, fui tocando outros negócios até que voltei para o mundo do vinho, quando resolvi abrir o meu restaurante. A minha base foi com o meu pai, que é francês e que me ensinou tudo de gastronomia e vinho.

Depois que fechei o restaurante fui viver na França. Me encontrei e trabalhei com meu amigo Bernard Hudelot (o Papa da enologia da Borgonha, que formou os maiores enólogos em 30 anos, na Universidade de Dijon). Foi ele quem me ensinou a defender o vinho autêntico e de guarda e foi aí, que aprendi muita coisa e continuo nessa luta pelo vinho de verdade daqui da França.

Caviste.Online lança a safra 2018 do Éléphant Rouge com os comentários do caviste João F. Clemente: Uma criação do Jean Claude Cara junto com a Villaggio Grando (Santa Catarina) que, a meu ver, mostra bem a cara de seus criadores pelo que já conheço deles. Hoje a pena fluiu fácil, coisa que há tempos não acontecia, preciso reativar meu blog Falando de Vinhos!

O Elephant Rouge que pela segunda vez é elaborado na Villaggio Grando, a primeira foi a safra 2014 já esgotada, mostra de cara uma cor vibrante rubi clara e brilhante que me chamou bastante a atenção.

Corte de Merlot (70%), cabernet Sauvignon (10%) e 20% de uvas não divulgadas com passagem de 24 meses por barricas francesas de segundo uso, apresenta uma paleta olfativa de média intensidade e bem frutada.

Na boca taninos muito elegantes e finos, médio corpo, rico em boca, fruta vermelha madura (ameixa), notas sutis vegetais, final longo com algo apimentado e fresco pela acidez adquirida neste terroir de altitude.

Educado teor alcoólico de 12,5%, que se integra muito bem ao vinho mostrando-se muito bem equilibrado. Um vinho que está muito bom agora, mas que, da mesma forma que o 2014, mostra boa capacidade de guarda por pelo menos uns 8 anos quando deve atingir seu auge. O produtor fala 10 a 15 anos, mas esse é meu feeling hoje e como daqui a 15 anos sequer sei se ainda estarei por aqui, não terei como conferir! rs

Bem, aproveitando que estava com a garrafa aberta, tratei de acompanhar o almoço, panqueca de carne com molho de tomate caseiro. O resultado não foi ruim, digamos assim, mas também não foi aquela brastemp! rs.

Acredito que a melhor harmonização passa por outros caminhos como um risoto de funghi com uma carne grelhada, filé com molho madeira, strogonoff de filé mignon, ensopado de carne ou, até um filé à wellington.

 

Serviço: Lançamento Éléphant Rouge 2018

Éléphant Rouge safra 2018 (rds.land)