Postada em 23/04/2017 às 17:45
Por Glaucia Balbachan
Trata-se de uma das vinícolas chilenas que mais dá atenção ao cuidado com o equilíbrio do ecossistema, com a sustentabilidade e com o seu terroir. A Viña Maquis é grandiosa e encantadora pela beleza natural e por sua filosofia orgânica.
Localizada no Vale de Colchagua, chegamos à vinícola e já fomos recebidos por lindas oliveiras carregadas de azeitonas logo na entrada da viña e numa conversa com o enólogo Rodrigo Romero falamos do terroir local.
Com lindos vinhedos a se perder de vista, são 140 hectares plantados das variedades: Syrah, Petit Verdot, Cabernet Sauvignon e Malbec. Além da Carménére e Cabernet Franc, que são as uvas mais importantes da niña por conta do solo.
Uma das características principais da Maquis é o terroir privilegiado por estar entre os Rios Chimbarongo e Tinguiririca. Por conta dessa influencia fluvial formou-se solos que marcam totalmente o estilo dos vinhos da marca. A cada calicata aberta se encontra muita argila entre as pedras.
Ainda por consequência dos rios o solo da viña é mais frio – isso ocasiona equilíbrio, maturação mais lenta e aromas e sabores mais frescos no vinho.
A bodega foi construída em 1923 e armazenamento em toneis de cimento era algo constante pela família Hurtado. Com capacidade de 1 milhão de litros são utilizados todos os dias, não para a fermentação, mas para guardar o vinho.
No quesito sustentabilidade, a Maquis é a única bodega que utiliza energia geotérmica para o cultivo das vinhas. A água é retirada a mais de 100 metros de profundidade dos rios para a irrigação das plantas e o restante vai para os tanques que são uma espécie de reservatório ambiental.
A vinícola tem um corredor biológico que coloca em contato árvores nativas, ervas como: sálvia, alecrim, flores do campo, lavanda, eucalipto entre outros – É lindo, aromático, colorido e tem como objetivo permitir na ajuda do cuidado das uvas e do controle de pragas. O responsável pela ideia de implantar o corredor de plantas para o equilíbrio do ecossistema e cultivo orgânico das uvas é o gerente geral e enólogo da vinícola Ricardo Rivadeneira Hurtado.
Depois de uma visita guiada com detalhes do terroir comentados pelo enólogo Rodrigo Romero, partimos para o tasting orgãnico com os rótulos da Maquis que homenageia a cultura indígena Mapuche.
Começamos com o Maquis Rosé 2016, que é um lançamento no Brasil - um corte de malbec com Cabernet Franc. Flor, fruta (morango fresco) e notas cítricas bem agradáveis são encontradas nos aromas. Na boca é bem elegante e concentrado. Se intensifica com o frescor e traz boa persistência final. Teor alcoólico: 12%.
Em seguida partimos para o Carménère 2014. Atípico, não tem aquelas notas herbáceas tão destacadas, e pelo contrário, traz aromas de especiarias, lavanda, frutas vermelhas e pimenta preta. Uma delicia. Com passagem de 12 meses no carvalho de primeiro e segundo uso confere um vinho intenso, saboroso, com taninos macios e final frutado e longo. Tero alccolico: 13,5%.
O Maquis Lien que teve 93 pontos nos Descorchados 2014 – é um blend bem saboroso de Cabernet Franc, Carménère, Petit Verdot e Syrah. É um vinho concentrado e elegante na boca e nariz. Com passagem por 18 meses por carvalho francês traz notas florais de violeta, frutas negras como amoras maduras, ameixas, pimenta preta, chocolate e noz-moscada. Na boca é estruturado, com fruta fresca, boa acidez, frescor e taninos bem trabalhos. Nosso favorito do tasting. Teor alcoólico: 13,5%.
O Maquis Viola – É um Carménère que é unido a 15% de Cabernet Franc. É um vinho intenso e inesquecível no nariz. Traz frutas negras e vermelhas já maduras, um exemplo disso são as amoras que chamam bem atenção no vinho. Pimenta preta, notas herbais e frescor estão presentes nos aromas. Na boca é fresco e com taninos aveludados. Apresenta acidez equilibrada, elegância na boca e final potente. Valor alcoólico: 13,5%.
O Maquis Franco é um varietal vibrante. Somos suspeitos para falar da variedade Cabernet Franc.. Adoramos essa uva. No nariz o vinho é complexo com frutas como: amora, cassis, mirtilo e figos. Tem notas terrosas e é elegante do inicio ao fim. Quem que provar! Teor alcoólico: 14%.
Dos premiuns partimos para os rótulos Winemaker’s Selection com o Calcu safra 2011. É um assemblage de Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Carménére. É um vinho feito de três diferentes terroir chilenos. O Cabernet Sauvignon foi colhido no sopé da Cordilheira dos Andres, o Cabernet Franc do vinhedo central do Colchagua e a Carménère dos vinhedos em Marchihue. Com alta intensidade aromática o vinho confere notas de tostados e frutos negros como amoras e ameixas. Na boca traz mineralidade, frescor, equilíbrio. Taninos macios e final persistente e destacado.
E fechamos com o Futa safra 2010 (que significa magnífico na língua indígena). Elaborado com as melhores uvas dos vinhedos mais preciosos da família Hurtado, fechamos o tasting com o Cabernet Sauvignon cheio de frutas maduras, especiarias, baunilha, tostados e notas florais de violeta. Na boca os taninos são doces e perceptivos é estruturado e com o fim longo e saboroso.
Já fez enoturismo? Que vinícola já visitou? Nos conte sua experiência.
Serviço: Viña Maquis
Los Militares 4777, of. 603,
Benjamín 2965, Las Condes
Santiago – Chile
Tel: +56 2 23741801
Instagram Viña Maquis: @maquiswines / Facebook:www.facebook.com/MaquisWines
Importadora no Brasil (para Maquis): Domno – www.domno.com.br
Importadora no Brasil ( para Calcu): Vinhos do Mundo - www.vinhosdomundo.com.br
Fotos: Site Empratado