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Wines of Chile 2017: Por 15 anos consecutivos, o vinho chileno é o favorito do Brasil


Postada em 04/09/2017 às 19:08
Por Glaucia Balbachan


Não é um achismo, é uma constatação, o vinho chileno é o mais expressivos para os importadores no Brasil e para os brasileiros também. É uma potência cultural agregada de valor do terroir refletido na elegância convincente de um trabalho, que se mostra cada ano especial.

Num país cercado pelo mar, seu solo é um dos mais abençoados para o cultivo de uvas com diversos tipos de terra e clima em toda sua intenção. Em sua 7ª edição, o disputado Wines of Chile trouxe como campanha: Amo Vinho, Amo Chile direcionado exclusivamente para o mercado brasileiro, enfatizando a prática e experiência do vinho para o consumidor em todas as ocasiões.

Para a Materclass de fino trato, foram convocadas 10 marcas de vinho chileno na sua maioria enólogos, produtores e representantes das vinícolas. Sob a batuta do expert em vinhos Jorge Lucki, o evento foi conduzido e comentado a cada degustação dando espaço para os convidadso da banca apresentarem- seu rótulo. Presenças marcantes da diretora da ProChile Brasil – Maria Julia Riquelme e da diretora da Wines of Chile Angelica Valenzuela reforçaram a cultura e parcerias com o Brasil.

Durante a Masterclass muito se falou de sustentabilidade, fatores climáticos, e topografia singular. Primeiro exportador do Novo Mundo, o Chile é a bola da vez e o Brasil seu 4º mercado mais importante. Hector Vergara, não pôde vir, mas reservou o melhor tasting com o que o Chile tem de mais especial.

No flight, belos vinhos chilenos que impressionam sempre que aparecem por aqui. Entre eles os produtores: Marques de Casa Concha da Concha Y Toro, Casa Silva, o Sauvignon Blanc da Viña Undurraga, o Tinto sucesor da CasaDonoso, o corte da Neyen e o clássico de Pérez Cruz.

Marques de Casa Concha apresentou um Pinot Noir, de edição limitado de safra 2016. Os vinhedos localizados no D O de Biobio, trouxe surpresa nos aromas e paladar. No nariz é atípico, o tuti-fruti e dulçor são pronunciados, além do anis e do floral de violeta. Na boca é equilibrado, delicado e gostoso. Há muita fruta vermelha e negra, taninos redondos e final marcante.

Em entrevista o enólogo Marcelo Papa fala sobre as características principais do Pinot Noir Marques de Casa Concha. “Eu gosto muito de vinhos. E procuro conhecer tudo. Este Pinot Noir é bastante expressivo com estrutura suave e muita fruta. A região do que as uvas foram plantadas tem muita luz solar. Logo tivemos um resultado de um vinho limpo, frutado, fresco e incomum”, conta o enólogo da Viña Concha Y Toro.

Casa Silva do enólogo Mario Geisse trouxe um clássico chileno Carmenere 2011. O vinho ganhou atenção por conta do microterroir de onde foi elaborado, na região do Colchagua. Como um clássico Carmenere tem pimentão nos aromas, mas um floral se sobressaiu com delicadeza. Na boca é equilibrado com taninos bem trabalhados, frutas vermelhas e persistência do início ao fim.

O Sauvignon Blanc do produtor Undurraga foi o primeiro do flight, onde reservou frutas cítricas, casca de limão, refrescância e notas herbáceas. Na boca equilíbrio, boa acidez, saboroso com notas de maçã verde e limão. Bem verão brasileiro.

Do Vale do Maule, entre solo argiloso de origem fluvial, a Viña Casa Donoso elaborou pelas mãos do enólogo Felipe Ortiz um corte peculiar de Cesar Noir (cepa esquecida e originária da Borgonha na França) com Carigñan. O Sucesor Romano 205 traz no nariz boa persistência aromática envolvendo morango, cerejas e notas florais de violeta. Na boca tem concentração, persistência e taninos evidentes. É um vinho rústico e gastronômico.

O produtor Neyen abriu um tinto de corte Carmenere e Cabernet Sauvignon. De Apalta no Vale de Colchagua, o vinho é herbáceo e frutado ao mesmo tempo. Na boca é bom e macio. Há equilíbrio na acidez e nos taninos. É vivo, frutado, intenso e de final longo.

A Viña Pérez Cruz foi o décimo vinho no flight, nos apresentando um clássico varietal de Cabernet Sauvignon. Pircas de Liguai Cabernet Sauvignon 2013 feito pelo enólogo German Lyon. É um tinto bem feito. Com direito a frutas vermelhas e negras, tostado, cacau, leve dulçor e toque floral de violetas nos aromas. Na boca é sedoso, macio, encorpado, frutado, fresco com acidez equilibrada, taninos macios e persistência final. Um belo vinho.

Na sequencia o wine tour com uma feira de vinhos chileno bem concorrida e espera. Nesta edição foram 37 produtores representando o terroir do Chile: Apaltagua, Bodega Y Viñedos Korta, Casas Del Bosque, Concha y Toro, Cono Sur, Emiliana, Encierra, Espiritu de Chile, Garcés Silva Family Vineyards, Miguel Torres Chile, Santa Rita, Siegel Family Wines, Veramonte, Viña Anakena, Viña Aresti, Viña Bisquertt, Viña Carmen, Viña Casa Donoso, Viña Casa Silva, Viña Casablanca, Viña Cousiño Macul, Viña Doña Javiera, Viña Echeverria, Viña El Principal, Viña Errazuriz, Viña Las Niñas, Viña Montes, Viña Perez Cruz, Viña Requingua, Viña San Esteban/In Situ, Viña San Pedro, Viña Santa Carolina, Viña Tarapacá, Viña Undurraga, Viña Valdivieso e Viña Ventisquero.

Saldo do evento: Organização e serviço impecáveis e vinhos chilenos evoluindo lindamente a cada ano. Que venha a próxima edição do Wines of Chile.

Serviço: 7ª Edição do Wines of Chile 2017
www.winesofchile.org

www.prochile.gob.cl

Fotos: Divulgação