Cardapios

O Chef Rodrigo Oliveira e seu Mocotó seguem sucesso gastronômico sem errar a mão


Postada em 09/04/2013 às 00:41
Por Glaucia Balbachan


Idealizado em 1973 por seu Zé Almeida, o restaurante Mocotó é comandado hoje em dia pelos olhos atentos de seu filho, o carismático chef Rodrigo Oliveira. Mesmo sem ter consciência de seu futuro no cenário gastronômico, já estava envolvido com a cozinha desde seus 13 anos. Em 2005, assumiu a cozinha da casa com o conceito de comida brasileira regionalista – dando enfoque na gastronomia sertaneja nordestina.  Segundo Rodrigo, teremos uma grande gastronomia brasileira, quando tivermos mais cozinhas regionais. “É necessário ter propriedade na parte para trabalhar bem o todo”, conta o chef do mocotó.

 
O tradicional caldo de mocotó da casa
 
Localizado na zona norte da cidade, o restaurante é democrático e simples. Conquistou todas as massas e a imprensa, sendo cotado como o melhor restaurante de comida brasileira por duas vezes seguidas, pelas revistas Prazeres da Mesa e Época SP.
A casa é composta por três salões, tendo como decoração quadros de obras do sertão nordestino, presença de cores quentes nas paredes, pratos e cachaças, são, mas de 400 rótulos espalhados pelo local compondo o visual da casa. O perfil do público é o mais variado possível. “Certamente esse é um dos meus maiores orgulhos – servimos aqui, do dono de banco ao motoboy, do presidente da república ao presidente da escola de samba do bairro. O Mocotó é um restaurante mais inclusivo que exclusivo”, menciona o chef e proprietário do restaurante.
 
A tapioca de carne seca do Mocotó
 
Para o chef Rodrigo a gastronomia regional é a sua paixão incondicional e por meio dela, ele conta um pouco de sua história e expõe suas raízes. Por isso, trabalha duro na companhia de seus funcionários que somam hoje, mais de 50 pessoas, para fazer experimentos, trazendo técnica e tecnologia com esforço para parecer simples e natural. No processo de criação, as idéias normalmente partem do chef. Correm o mundo fazendo eventos, palestras e muita pesquisa. Mas o que os move na criação é o ingrediente. A partir do produto escolhido eles pesquisam a melhor maneira de trabalhar e aproveitar a matéria-prima. O objetivo é fazer as pessoas felizes e não simplesmente nutrí-las, mas oferecer uma experiência.
Para se armar com informação do nicho gastronômico lê, viaja e navega na internet. “O Brasil é uma diversidade de sabores, é possível trabalhar uma infinidade de combinações na hora de criar – é um trabalho para muitas vidas”, finaliza Oliveira.
 
Escondidinho de carne seca
 
De fundo um forró discreto e mesmo com o movimento grande de clientes e mesas ocupadas a hospitalidade estava presente o tempo todo no local. O cardápio é sortido e objetivo. De entrada começamos com uma porção de torresminho -  sequinho e crocante (desapareceu rápido da mesa) – R$9,90. Em seguida nos chegou o prato que batiza a casa – fomos de caldo de mocotó – de sabor e aroma marcantes é a receita exclusiva preparada da mesma maneira há 30 anos – R$ 6,90 (há tamanhos diferentes para o tamanho da sua fome). Adiante, a farta e supersaborosa tapioca de carne seca – recheada com carne seca, requeijão do norte cremoso e crocante de mandioquinha – R$ 14,90. Depois nos veio o escondidinho de carne seca – de consistência cremosa e textura leve, perfeita fusão dos ingredientes – Purê de mandioca, carne seca, requeijão, gratinado com queijo coalho – R$ 18,90.
 
Os inusitados dadinhos de tapioca
 
E finalizamos com uma porção de dadinhos de tapioca – com apresentação de finger food, o petisco inusitado é crocante e ótimo quando harmonizado ao molho de pimenta agridoce, que vem guarnecido no prato - cubinhos de tapioca com queijo coalho dourados e servido com molho de pimenta agridoce – R$ 16,90. Uma dica é pedir pelo suco de cajá com manga – (refrescante e levemente cítrico) ou as caipirinhas de frutas - entre elas a de limão siciliano, Taiti, limão cravo, anis, cachaça jacuba e açúcar da fava da baunilha - indispensável.
 
Serviço rápido, atendimento e gastronomia de primeira e preços que não machucam o bolso.
 
 
Quiz com o Chef Rodrigo Oliveira – no Engenho Mocotó – Espaço gastronômico experimental, onde são realizadas pesquisas, experimentos, reuniões e fartas estantes de biografias sobre o assunto.
 
 
O articulado Chef Rodrigo em entrevista
Chef Rodrigo Oliveira do Mocotó
Empratado: O que não pode faltar na sua cozinha?
Chef Rodrigo Oliveira: Água
Empratado: Curte Junk-food?
Chef Rodrigo Oliveira: Sim! Adoro hambúrguer.
Empratado: Crêpe ou tapioca?
Chef Rodrigo Oliveira: Tapioca!
Empratado: Um restaurante preferido...
Chef Rodrigo Oliveira: Mocotó...rs
Empratado: Queijo minas ou chedder?
Chef Rodrigo Oliveira: Queijo Minas
Empratado: Fast food ou slow food?
Chef Rodrigo Oliveira: Os dois
Empratado: Qual o seu prato-coringa na hora da fome?
Chef Rodrigo Oliveira: Pão
Empratado: Um filme que te dá fome...
Chef Rodrigo Oliveira: Ratatouille! Assisti umas cem vezes.
Empratado: Um som para acompanhar uma boa refeição...
Chef Rodrigo Oliveira: Jackson do Pandeiro.
Empratado: Com quem dividiria um jantar?
Chef Rodrigo Oliveira: Com a minha esposa (Ela é a melhor companhia).
Empratado: Para quem jamais cozinharia?
Chef Rodrigo Oliveira:  ?
Empratado: O que te faz perder o apetite?
 
Chef Rodrigo Oliveira: Má companhia
Empratado: Você faz dieta?
Chef Rodrigo Oliveira: Não, nunca fiz.
Empratado: Qual é a sua bebida preferida?
Chef Rodrigo Oliveira: Cachaça.
Empratado: Uma memória afetiva relacionada à comida...
Chef Rodrigo Oliveira: Comer fruta madura debaixo do pé (manga, caju, umbu...)
Empratado: Cebola, alho ou pimenta?
Chef Rodrigo Oliveira: Cebola, alho e pimenta.
Empratado: Um prato que não te cai muito bem...
Chef Rodrigo Oliveira: Pimentão – não gosto muito.
Empratado: A caminho da cadeira elétrica, você pode pedir uma última refeição. Qual seria?
Chef Rodrigo Oliveira: Eu pediria a sugestão do chef.
 
 
Serviço: Mocotó – Restaurante e Cachaçaria
End: Avenida Nossa Senhora do Loreto, 1100 – Vila Medeiros/SP
Te: (11) 2951-3056
http://www.mocoto.com.br/
 
Fotos: Katiuska Sales