Postada em 13/04/2013 às 08:31
Por Glaucia Balbachan
Superação, trabalho e sucesso em um único arremate
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Tesoura deixada por sua avó |
O uniforme de cor branca, que protege os chefs de cozinha como armaduras contra molhos, caldas e panelas em altas temperaturas é chamado no masculino de Dolmã – popularmente conhecida como “Doma” no feminino. Esses uniformes que tornam chefs, cozinheiros e brigadas impecáveis, foi criada no século XVIII, pelo chef reconhecido como o rei dos chefs e o chef dos reis – Marie-Antoine Carême, com o intuito da proteção às pessoas que trabalhavam na cozinha. Discreto, detalhista e de olhos atentos a tudo, o estilista especializado em dólmãs, André Razuk, conta como reconhecer um uniforme bem feito: “O segredo está no caimento. Não vai adiantar você costurar com fios de ouro um dólmã e ele não vestir bem. Pode ser o dólmã mais simples que for, se o colarinho estiver largo, sem o comprimento e caimento corretos, não dá certo”, conta o expert em uniformes de chef de cozinha.
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Algodão brasileiro batizado por André Razuk |
Com 23 anos de trajetória profissional com os uniformes, Razuk segue uma linha de trabalho clássico na modelagem. Não gosta muito de invencionices - como desenhos de frutas bordadas na gola ou punho do dólmã e a cor de preferência deve ser branco, porém, com o mercado gastronômico borbulhando, a cor preta também é bastante requisitada onde atende bem o mercado. Para o estilista o dólmã não é moda, há cinco itens que compõe o uniforme ideal e a beleza fica em último lugar. 1° vem a segurança, 2° conforto, 3° durabilidade, depois preço e beleza. Um dos orgulhos do atelier de André é o tecido de algodão, que ele próprio batizou de algodão brasileiro. “Todo mundo fala do algodão egípcio, mas encontrei um produto que me agradou muito. É um fio de algodão plantado no Brasil, com o acabamento feito aqui e mercerizado com cabeamento duplo em sarja. Foi o que chegou mais próximo do algodão egípcio. Ainda não é o ideal, mas temos a possibilidade de importar um tecido, que tem produto nosso envolvido”, esclarece Razuk.
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Etiquetas para os cobiçados uniformes |
Tanto a trajetória de vida, quanto a carreira profissional de Razuk – como na costura, muitos “ajustes” foram encontrados pela frente, que com o tempo a costura era feita ponto a ponto. Aos 15anos o estilista perde seu pai e logo arruma um emprego para ajudar a família. O seu primeiro ofício foi com a gastronomia – numa pizzaria. Primeiro entregando pizza, onde ingressava mais tarde, na cozinha - atuando como pizzaiolo. Isso durou oito anos, mas quando completava seis de cozinha, achava que precisava aumentar sua renda. O que tinha apenas era a máquina de costura de sua avó, onde sem noção alguma de costura foi fazendo sacos de confeiteiro para catupiry nas pizzarias – funcionou e as vendas começaram.
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Parte do atelier do estilista |